Maldizer



Mesmo tendo este blogue evitado críticas ao país ou ao que/quem quer que fosse, pois já existem demasiados blogues com essas características, aliás os blogues portugueses devem estar no top ten do maldizer, nada contra quando são críticas construtivas mas infelizmente na sua maioria são totalmente destrutivas e só repetem o que já todos sabemos, variam apenas as formas mais apetrechadas de apresentar o assunto, na realidade somos extraordinários na arte do maldizer,hoje, como boa portuguesa que sou, rendi-me ao maldizer em blogue, começando por estes e acabando nos inspectores das alfândegas.Fazendo estes senhores parte do meu dia a dia, irritando-me solenemente a cada greve, plenário, doença, lanches e amuos, alterando-me o sistema nervoso a cada vez, e são muitas, que sou informada que o dito inspector não apareceu ao trabalho e que não passou o serviço a ninguém, ficando eu com contentores de perecíveis a apodrecer (com tanta fome por esse sul fora) porque esses senhores têm mais que fazer (lanches, greves, amuos, passeios e, claro está, as famosas cunhas (lá se vão os perecíveis em troca de um contentor da Phillip Morris). E isto, diariamente, leva-me aos limites da minha paciência, não propriamente porque prejudica o meu trabalho mas porque estes operadores que se intitulam autoridade usam e abusam do poder de forma ignorante, prepotente e medíocre. Quando peço aos despachantes para pedir o LIVRO AMARELO, apelam ao meu bom senso porque isso irá prejudicar não só o processo em questão como os desembarques no futuro, porque os senhores Exmos. inspectores “têm a faca e o queijo na mão”.
O que me deixa consternada é que esses inspectores cheios de posição e atitude sabem que é mais rápido e muito mais lucrativo (pois não existem custos de demoras, paralisações e armazenagens) desalfandegar a mercadoria em Roterdão, Algeciras, etc (os inspectores aqui são apenas profissionais da área e diga-se excelentes profissionais quando comparados com os nossos).Sendo o negócio mais lucrativo e competente fora do país, o resto das empresas que insiste, em operar em Portugal irão como todas as outras desistir e deslocar-se para fora e dar a ganhar rios de dinheiro aos nossos vizinhos mais competentes.
Depois não me venham subir impostos, obrigar a pagar o desemprego destes tristes com poder e ainda ter que atura-los nos telejornais a queixarem-se das condições de vida e da falta de solução para o emprego.Trabalhem!